Férias! Viva! Tempo de viajar, conhecer pessoas diferentes e interessantes, fazer novos contatos, ver coisas que nunca viu e viver sensações jamais sentidas, e eu fui para Cvv beach... mas tudo bem; reencontrei amigos queridos, fiz outros, conversei com pessoas que jamais pensei que conversaria, festejei a alegria de viver e descobri que todo mundo mora em Curitiba hehehe e, como de costume, passadas as festas de fim de ano, minha família foi para Sulina, passar uns 10 dias e quando faltavam três, chego eu a tão aclamada cidade das águas termais, curativas, milagrosas, regenerativas, que fedem ovo podre graças ao enxofre.
Visitas, parentes chegando, conversas novas e velhas de sempre; peguei-me, num domingo escaldante, à tarde, sentado em uma área, envolto por tios e tias, além de meus pais, ouvindo aquela aglomeração de nomes desconhecidos; personagens com vidas próprias jamais vistos por minhas pupilas (quanto S):
Obs: tente imaginar essas falas abaixo, sendo pronunciadas com a velocidade de uma narração de corrida de cavalos, gente gritando, fumando, uns comendo pipoca, outros se engasgando com bala, crianças caindo pelas escadas, choros desesperados, gritos histéricos, escândalos desastrosos, mulheres se pegando pelos cabelos, ahhh que agonia!
(A ausência de pontuação é meramente para demonstrar o que é um diálogo entre meus familiares).
- Pegaro Chinho ca Sarajane lembra a filha da comadre Zezelda aquela que quebrô o braço quando tava robando mio na terra do Deja a gente era criança e fomo tudo junto pra ajuda a roba daí o Deja apareceu e nois saímo corrrrrendo só que ela rrrolô barrrrrranco abaixo até caí na sanguinha... mas era milho por todo lado aaaahhh se não fosse o Xisto Celebrandi pra socorrê e a véia Beba pra benze aquele braço quebrado eu não sei o que seria da Sarajane ia tá até hoje toda torta quenem a Bea que ta toda alejada inválida caquética surda e intrevada lá que nem o marido ela consegue segura em casa quenem ela fazia quando morava do lado do moinho do Adamastor Maroni lembra que ela saia correndo de casa atrais do Bita gritando dizendo que se ele fosse no bar do Adão Manga ia tacá fogo na casa e lá iam segurá a muié a falecida Clarestina, a Cecília Benato, a Beatriz Brusamarelo, a Ciderni do véio Calisto a Marizete e a Preta. Lembra da musiquinha que a gente cantava pra Preta? “Galinha preta, pulô a valeta, rasgo a buceta e costurô com linha preta”!!! hahahahaha
CRISTO! Ouvi tantos nomes com tantas histórias que no final nem sabia quem era eu naquele contexto! Mas uma coisa eu não entendo e não me conformo: mal consigo lembrar o nome de algumas pessoas que se formaram comigo há um ano, e eles lembram os nomes, sobrenomes, maridos, esposas, amantes, donos de terra, milho, até musiquinha??? Será que procuro um médico ou como mais milho?