Quando os feriados chegam, sempre surge em minha cabeça aquela pergunta: E agora José? Às vezes ficar em Curitiba é inevitável devido às festas e alegrias e tchururus, mas Cvv Beach sempre teima em entrar nos meus planos, então, rumo ao esquecido Sudoeste do Paraná!
22:15 de sei lá qual dia, César está em casa arrumando suas malas, bebendo todo o leite da caixinha, engolindo rolinhos de presunto e queijo, tudo isso com banana (Alguém já viu uma banana madura depois de cinco dias?), enfim, comendo tudo para não estragar nada (interessante recurso lingüístico “comer tudo para não estragar nada”, chega ser poético).
22:40 César pega o táxi e vai a rodoviária;
23:00 Finalmente, César pega o ônibus Curitiba-Francisco Beltrão, depois de convencer mais ou menos 5 mendigos que não tinha dinheiro (quem já esteve na rodoviária de Curitiba sabe muito bem do que estou falando).
Aaaaahhhhhh a glória dos vitoriosos pairou sob minha existência no momento em que entrei naquele ônibus magnífico, confortável, aconchegante, amarelo... cheirandoooo... cheirando... Enfim, são detalhes; o impressionante é que enquanto andamos, procurando nosso assento, já ficamos imaginando que tipo de entidade estará ao nosso lado durante toda a viagem... Felizmente era minha noite de sorte. Uma linda jovem estudante, de algum curso, de sei lá qual universidade, de qualquer lugar, estava sentada no assento da janela (corredor ao lado do motorista), na penúltima dupla de poltronas. Papo vai, papo vem, saímos de Curitiba, as luzes foram apagadas, e foi aí que percebi: sorte é algo relativo.
No outro corredor, havia um casalzinho de namorados (Um menino e uma menina, afinal existe diversidade), trocando beijinhos que estalavam em meus tímpanos como uma agulha quente, fazendo uma tatuagem escrita “Smack”. E eu e a loirinha ao meu lado só reparando, e como duas velhas vizinhas fofoqueiras colocando defeito e achando tudo aquilo uma falta de vergonha na cara... onde já se viu uma coisa como essa acontecer dentro de um ônibus de família? (Pura inveja hehe). E é claro que como tudo na vida, os beijos também chegaram ao fim, e o silêncio fez-se presente naquele amarelo ônibus... de repente uma luz foi acesa e aquele reflexo veio como uma lança em meus olhos, me cegando e levantando minhas mãos frente a minha face fortemente (fff) expressiva (QUE ÓDIO!!!), contive-me, pois às vezes a luz é necessária por alguns instantes durante a viagem.
O tempo passou, assim como minha paciência e da loirinha também. Já dizia um velho sábio: “Quando você pensa que tudo está ruim, calma, ainda pode ficar pior”. Foi quando escutei um “Creck” e pensei: NÃO! Não pode ser... o casalzinho tirou um Ruffles para comerrrrrrrrrr, com a luz acesa!!!! E era um tal de creck aqui, crock ali, smack acolá... agora me digam, por favor, há um manual de instrução escondido no pacote do Ruffles que sugere que ele seja degustado dentro de um ônibus e com a luz acesa???????????? Eim????? Tem????? Teeeeem??????? Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh eu queria morreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeer, não, matarrrrrrrrrr; vezes e vezes tive vontade de erguer-me e dizer:
- Oi namoradinhos malditos. Será que vocês são tão desprovidos de inteligência e coordenação motora que não conseguem encontrar o buraco dessas malditas bocas no escuro para enfiar essa miserável batata da onda? Eim? Querem ajuda? Por acaso não trouxeram o cheetos bola para fazer arremesso no escuro?
Naquele momento, eu só desejava ter em minhas mãos um gato morto, para bater nos dois até fazer o gato miar, mas como sou um cara discreto, paciente, inteligente, lindo e modesto esperei pacientemente eles terminarem aquela maravilhosa, nutritiva e saudável refeição da noite, enquanto evocava as sete pragas do Apocalipse para acabar com aquela felicidade... se deu certo, não sei, mas nunca mais encontrei os namoradinhos ahahaaaahahahaaauhauhauhauhauhauhauhaha
Fonte da imagem: http://blogdozepereira.blogspot.com/2007/09/aliana-macabra.html